O sonho de morar fora do país, conhecer diferentes culturas e aprender uma nova língua está mais fácil de ser realizado com as atuais facilidades de pagamento.
Luciana Soares
A busca por uma nova experiência de vida, que é o que o intercambio representa, tornou-se cada vez mais comum. Só em 2010 cerca de 160 mil brasileiros experimentaram esse desafio. De acordo com um relatório da Association of Language Travel Organizations (ALTO), o Brasil ocupa a sétima posição no ranking dos maiores exportadores de intercambistas do mundo. Tais números demonstram que o mercado tem crescido no país e que movimenta a média de 8 bilhões de dólares no mundo.
O passo a passo que antecede a viagem é longo, e existe toda uma preparação. A começar pelo visto, que varia de acordo com o país. Para que se consiga um visto é necessário alegar à embaixada específica, que o estudante ou o seu responsável possua estabilidade financeira e que ele tenha vínculos com o país de origem, assegurando então que este não pretende ficar em outro país mais que o tempo determinado e que não passe por nenhuma dificuldade enquanto estiver nele. Com isso, é necessário juntar todos os documentos requeridos pela embaixada do país escolhido, que em seguida serão analisados para que se autorize ou não o visto.
Outros cuidados que devem ser tomados são na escolha da escola e da família onde irá se instalar. Para isso, existem diversas agências de intercâmbio que podem esclarecer as dúvidas e indicar o que é mais recomendável e seguro. Os países mais procurados para intercâmbio são: Canadá, Austrália, Estados Unidos, Espanha e Argentina. Que embora a maioria deles tenha um custo de vida alto, a média de preço está dentro do padrão, entre R$ 5 a R$ 8.500 por mês somando o valor do curso e as despesas, como alimentação, transporte e lazer, mas isso varia de país para país. Muitas escolas estão facilitando o pagamento em pequenas parcelas, e o mesmo acontece com as passagens, o que colabora e faz com que o intercâmbio seja mais acessível.
Fabio Franklin, 23 anos, morou na terra dos cangurus por quase dois anos e conta enfatizando as dificuldades e os pontos positivos. “Não se pode ter a ilusão de que tudo será fácil e que só haverá momentos bons nessa jornada. A dificuldade caminha ao lado de um estrangeiro em um país estranho sempre. Até porque nem todos os cidadãos natos são bons hospitaleiros, a aprendizagem do novo idioma não é fácil, a adaptação aos novos costumes e horários não é imediata e a saudade da família acompanha o intercambista a todo o momento. Ainda assim, sabemos que vale a pena, e que tudo isso apenas contribuirá para fortalecer todo o nosso processo de conhecimento.”
Muitas empresas têm o intercâmbio como requisito obrigatório, principalmente as multinacionais, pois além do domínio de outro idioma, as novas visões sobre economia, política, questões sociais e ambientais, que são conquistadas durante a viagem, aprimoram o profissional. Essa valorização que o mercado de trabalho dá às pessoas que já passaram pela experiência de ter morado em outro país, mostra o diferencial no currículo do candidato.
Mas por trás dessa questão profissional, o intercâmbio é capaz de proporcionar o autoconhecimento, pois a pessoa se vê longe de seus familiares e amigos, com a necessidade de se adaptar a novos costumes e de fazer novas amizades. A partir daí, o jovem passa a se tornar mais independente e confiante, aprendendo a resolver seus problemas sozinho, e a conquistar os seus objetivos com o próprio esforço e mérito.
Fica claro o quanto é importante para o crescimento e amadurecimento do jovem essa experiência. A possibilidade de ampliar as relações sociais, aderir à nova realidade, estilo de vida, costumes, cultura e aprendizagem permite um aprimoramento da formação moral, emocional e intelectual. Após uma viagem dessas, ninguém consegue voltar o mesmo. Intercâmbio, uma oportunidade de crescimento pessoal.