19 de nov. de 2013

A passagem da Revolução de 1932 pelo Vale do Paraíba

por Jéssica Gomes

FOTO: Jéssica Gomes
Há 81 anos o Brasil enfrentava um dos maiores movimentos armados organizados pela população. O dia 9 de julho entrou para a história do país quando o estado de São Paulo insatisfeito com a nomeação de Getúlio Vargas como presidente, que havia assumido o poder dois anos antes, após o golpe de estado de 1930.
Além da destituição de Getúlio, os revolucionários pediam a promulgação de uma nova constituição. Já que logo que assumiu a presidência, Vargas barrou o Congresso Nacional e anulou a Constituição já existente na época.
Outro ponto que gerou a insatisfação dos paulistas foi que ao chegar no poder Getúlio Vargas resolveu indicar todos os sucessores políticos extinguindo os membros da oligarquia paulista.
Os primeiros a se revoltar e ir contra a Getúlio, foram quatro jovens paulistas Mario Martins de Almeida, Euclides Miragaia, Dráusio Marcondes de Sousa e Antônio Camargo de Andrade, que deram origem a sigla MMDC que foi o estopim para o inicio de fato da revolução.
Os jovens estudantes morreram durante uma manifestação, em que o grupo tentou invadir a sede da Liga Revolucionária, que funcionava como uma  célula da Revolução de 1930 e que era favorável ao regime varguista.
A partir deste momento o cheiro do caos já pairava sobre a cidade de São Paulo e decididos os paulistas foram às ruas e se organizaram contra o governo de Vargas.
E é ai que entra a participação do Vale do Paraíba nesse momento histórico do país, pela localização estratégica entre a capital paulista, Rio de Janeiro e o Sul de Minas Gerais a região foi cenário de boa parte dos confrontos.
Guaratinguetá, Lorena e Cachoeira Paulista abrigaram batalhões dos civis paulistas que comandavam as tropas que atuavam no Vale. Já Cruzeiro e Cunha foram palcos dos combates mais sangrentos do período. Além disso, têm em seu território dois grandes personagens que por conta da revolução são considerados mártires dos municípios.
FOTO: Jéssica Gomes
A cidade cunhense foi berço de Paulo Virgínio fazendeiro humilde, que por ser fiel aos seus ideais e a causa paulista foi obrigado a cavar a cova onde seu corpo surrado pelas duras surras que levou, descansaria. Cruzeiro, o titulo de mártir ficou por conta do capitão Neco, que morreu em uma emboscada na região da Vila Queimada.
O município de Cruzeiro ainda presenciou o combate mais sangrento da revolução, que se deu no Túnel da Mantiqueira, que faz divisa com o estado de São Paulo e o Sul de Minas Gerais.
Embora tenham lutado tanto, os paulistas perderam a revolução, mas pouco tempo depois a tão buscada Constituição foi promulgada. Mas não se pode esquecer a coragem dos paulistas que mesmo com grande desvantagem em soldados, armas e munições encararam a causa e lutaram até onde puderam para saíssem vitoriosos.
FOTO: Jéssica Gomes