| FOTO: Jéssica Gomes |
Há 81 anos o Brasil
enfrentava um dos maiores movimentos armados organizados pela população. O dia
9 de julho entrou para a história do país quando o estado de São Paulo insatisfeito
com a nomeação de Getúlio Vargas como presidente, que havia assumido o poder dois
anos antes, após o golpe de estado de 1930.
Além da destituição de
Getúlio, os revolucionários pediam a promulgação de uma nova constituição. Já que
logo que assumiu a presidência, Vargas barrou o Congresso Nacional e anulou a
Constituição já existente na época.
Outro ponto que gerou a
insatisfação dos paulistas foi que ao chegar no poder Getúlio Vargas resolveu
indicar todos os sucessores políticos extinguindo os membros da oligarquia
paulista.
Os primeiros a se revoltar
e ir contra a Getúlio, foram quatro jovens paulistas Mario Martins de Almeida,
Euclides Miragaia, Dráusio
Marcondes de Sousa e Antônio Camargo de Andrade, que deram origem a sigla MMDC que foi o estopim para o inicio de fato da revolução.
Os jovens estudantes morreram durante
uma manifestação, em que o grupo tentou invadir a sede da Liga Revolucionária,
que funcionava como uma célula da
Revolução de 1930 e que era favorável ao regime varguista.
A partir deste momento o cheiro do
caos já pairava sobre a cidade de São Paulo e decididos os paulistas foram às
ruas e se organizaram contra o governo de Vargas.
E é ai que entra a participação do
Vale do Paraíba nesse momento histórico do país, pela localização estratégica
entre a capital paulista, Rio de Janeiro e o Sul de Minas Gerais a região foi cenário
de boa parte dos confrontos.
Guaratinguetá, Lorena e Cachoeira
Paulista abrigaram batalhões dos civis paulistas que comandavam as tropas que
atuavam no Vale. Já Cruzeiro e Cunha foram palcos dos combates mais sangrentos
do período. Além disso, têm em seu território dois grandes personagens que por
conta da revolução são considerados mártires dos municípios.
| FOTO: Jéssica Gomes |
A cidade cunhense foi berço de Paulo
Virgínio fazendeiro humilde, que por ser fiel aos seus ideais e a causa
paulista foi obrigado a cavar a cova onde seu corpo surrado pelas duras surras
que levou, descansaria. Cruzeiro, o titulo de mártir ficou por conta do capitão
Neco, que morreu em uma emboscada na região da Vila Queimada.
O município de Cruzeiro ainda
presenciou o combate mais sangrento da revolução, que se deu no Túnel da Mantiqueira,
que faz divisa com o estado de São Paulo e o Sul de Minas Gerais.
Embora tenham lutado tanto, os
paulistas perderam a revolução, mas pouco tempo depois a tão buscada
Constituição foi promulgada. Mas não se pode esquecer a coragem dos paulistas
que mesmo com grande desvantagem em soldados, armas e munições encararam a
causa e lutaram até onde puderam para saíssem vitoriosos.
| FOTO: Jéssica Gomes |