Por: Alan Toledo
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| Alunos leem menos livros e dão preferência a páginas menos complexas |
Segundo Miguel Júnior, mestre em Linguística Aplicada pela Unitau-Taubaté, seriam necessárias mudanças no modelo educacional do país. Japão e Estados Unidos são exemplos de países desenvolvidos através da educação.
“O ensino de base no Brasil deveria ser reformulado. Todo o sistema educacional faz com que o aluno se forme sem ler. Isso é inadmissível. Todo o sistema deveria ser reestruturado, a começar pela capacitação dos professores”, relata o professor.
Certo é que muito dos estudantes brasileiros tem deficiência em ler artigos, livros entre outros meios de comunicação em massa, o que proporciona um avanço intelectual cada vez menor, características da chamada “Geração Z”, passando mais tempo em salas de bate papo, jogos virtuais ao invés de bibliotecas e salas de debate. Soma a responsabilidade pelo desinteresse dos universitários e estudantes com pais e professores, relatados aqui como principais referências e incentivadores para a formação educacional de um cidadão, através da leitura de exemplares, clássicos literários, além de atuais e diversificadas notícias. Aliado a pouca estrutura organizacional referente às instituições que não tomam como iniciativa recuperar ou até mesmo ensinar jovens estudantes a interpretar textos, escrever com clareza e coesão, devido à falsa ideologia de que inseridos em um ensino médio ou em uma faculdade estão aptos e capacitados.
“O aluno quando entra na universidade, além de boas instalações, precisa de professores altamente qualificados que os direcionem de maneira correta e façam com que o investimento e a escolha pelo curso valham à pena. Além disso, cabe à instituição oferecer uma boa biblioteca, tanto em estrutura física, quanto em qualidade e quantidade de exemplares”, relata Clarice Conrado – Assessora de Marketing e Comunicação.
Vício ou Deficiência em criação e desenvolvimento? Essa é a principal questão que envolve os estudantes de hoje em dia. Devido ao pouco exercício da leitura os brasileiros tem se caracterizado por textos curtos, muita pesquisa, porém pouco conteúdo para discussão, assim avalia Ana Reis, aluna de Jornalismo. Cursando sua primeira faculdade a estudante cita ainda o incentivo realizado por uma de suas professoras a pratica da leitura.
“Na disciplina de Teoria da Comunicação, há o projeto da "Pasta de artigos". Temos que ler pelo menos 10 artigos ou notícias da área de comunicação e fazer um comentário sobre cada texto. A Fatea possui uma das bibliotecas mais completas da região. Contém um acervo muito bem organizado, prático e moderno, uma vez que utiliza sistema computadorizado para a busca dos livros. Isso já é um incentivo porque não temos o trabalho de ficar horas procurando por algo”, afirma a aluna .
Segundo Guilherme Santos, aluno de Administração em Guaratinguetá. "O aluno leitor fluente e consciente dos diversos assuntos é um cidadão com um poder de informação muito elevado aos demais e com grande chance de crescimento profissional, porém uma geração de rápido acesso à informação se encontra em um status de 'certa preguiça e falta de atenção nos seus atos' por não ter prática pela leitura e com isso limita seu desenvolvimento profissional".
Cabe aos estudantes desenvolverem o gosto pela leitura, novas maneiras para atingirem seus resultados acadêmicos e profissionais. As academias literárias, os poemas que encantaram gerações nunca nos deixaram, pelo contrário estão ali só esperando que algum novo profissional venha a ser tão bom quanto os mesmos, mas primeiro é necessário se tornar um leitor ativo e com gosto por aquilo que faz.
