5 de mai. de 2014

Encontro Cultural surge como opção de lazer em Guaratinguetá

Por Leandro Oliveira

Há quase um ano, o Encontro Cultural de Guaratinguetá nascia com o propósito de resgatar a união e confraternização dos jovens da cidade em prol da arte e cultura. Desde então, os encontros, sempre realizados aos sábados e em diferentes praças de Guará, tem mobilizado artistas independentes da região e atraído ainda mais participantes. Apesar da periodicidade e força do movimento, que cresce a cada dia, os idealizadores do evento afirmam que não recebem apoio do poder público e dependem de auxílio da população, que em muitas ocasiões, fornecem energia elétrica e extensões, para que os encontros sejam realizados.
Jovens se reunem no Parque Ecológico Anthero dos Santos, em Guará (foto: Divulgação)

A ideia, que nasceu em meados de junho do ano passado e demorou um mês para ser colocada em prática. A primeira edição do Encontro foi realizada na praça Joaquim Vilela, no bairro São Benedito. Para divulgar a atração, Paulo, mais conhecido como Sabiá, e Vinícius, popularmente conhecendo como Vini, decidiram criar um flyer e compartilhar no Facebook. No fim das contas, deu certo e cerca de 30 pessoas participaram do evento, no dia 4 de julho.
Sobre o nascimento do projeto, Sabiá conta de onde surgiu a ideia. "Foi em conjunto. Nasceu de uma foto em que eu vi o Vinícius, sentado numa praça, e tinha um rapaz tocando violino. Aí eu pensei que seria interessante a gente começar a levar um pouco disso, de música e cultura, para um encontro".
Vini aproveitou a saída de músicos, que tocaram em um casamento na Paróquia Puríssimo Coração de Maria. Foi nesse momento que tudo começou. "Nesse dia, aconteceu um 'encontro cultural' espontâneo, digamos assim. Eles estavam saindo do casamento, e a gente pediu pra que parassem e tocassem um pouco. Aí apareceu um cara fazendo malabares, nós sentamos em volta e teve início aí, de maneira completamente espontânea, o Encontro Cultural", explica.

De lá pra cá, o encontro é realizado uma vez por semana, sempre aos sábados. A ideia de fixar a periodicidade do evento é para que o sentimento de querer ensinar, e levar, a arte à outras pessoas não acabe. "É importante que a gente consiga levar esse sentimento aos outros. Por isso o encontro é semanal. Não depende de um banner ou de alguém pra divulgar. Todo mundo sabe que sábado vai rolar, então se não der pra um, tem outro. É semanal pra que esse ato não se apague, pra que esse sentimento não morra", afirmou Sabiá.

Os encontros acontecem em praças da cidade e funciona com num sistema rotativo. Ao todo, mais de nove espaços foram usados para a realização do evento. Questionado sobre a rotatividade das edições,Vini compara os dias atuais com o passado, e revela que com o avanço tecnológico, é primordial resgatar as raízes de outras épocas. "Antigamente, na época da minha avó, bisavó, o pessoal tinha costume de se reunir em praças pra ficar junto. Hoje em dia, todo mundo passou a ser mais individualista, por conta da tecnologia. A gente decidiu levar isso às praças pra resgatar essa proximidade das pessoas e também, pra levar a cada bairro um pouquinho do Encontro e da cultura, com músicas, poesias e aprendizado de uma forma geral".

Com a expansão dos encontros, o evento ganhou um dia exclusivo por mês para ser realizado no Parque Ecológico Anthero dos Santos, em Guará. Quando realizado no Parque, o evento se chama 'Independência Cultural', porém não difere da linha de realização dos encontros passados.
Se o crescimento das edições é nítido, o apoio da população também é. "É nosso dever ocupar as praças. Quando a gente está lá, ocupando, cantando, nos expressando, automaticamente estamos fazendo um convite à população, para que eles cheguem a participem também. E tudo isso tem ocorrido, pois muita gente tem participado", comenta Sabiá. "Principalmente no Parque Ecológico. As vezes tem pessoas praticamento outros esportes, nos veem cantando, fazendo ioga ou algo do tipo, e se aproximam para interagir também", conclui.

Além de jovens de todas as idades, muitas crianças participam dos eventos. Sobre a grande participação, Sabiá comemora, mas critica falta de opção para o lazer em Guaratinguetá. "As crianças de hoje não tem apoio da educação, isso pelo fato da edução estar meio perdida. O que Guará oferece para a criançada? Nada. Você vai na Escola da Família e não tem nada. Quadra quebrada, jogada ao relento. O skate consegue atrair as crianças, isso sim é bom. E quando tem os encontros, elas param para ouvir poesia, praticam o slack, cantam com a gente, ou seja, aprendem um pouco de cada".

O leque de opções culturais nos encontros é extenso. Atrações como malabares, poesias, músicas, ioga, pintura, exposição de artes e origamis, além de slackline, dança e até palestras sobre saúde marcam presença.

Atualmente, o Encontro Cultural tem uma página no Facebook, com pouco mais de 900 seguidores. O maior divulgador dos eventos é o próprio site: www.facebook.com/EncontroCultural. Sabiá e Vini admitem que o projeto depende de auxílio, e disponibilizam telefone para os interessados em ajudar com doações ou empréstimo de itens usados nos encontros. O telefone é 98254-8539.