Peças encontradas nos brechós, abandonadas por seus antigos donos, ganham a atenção do público feminino por conta do preço e do estilo que apresentam. Além do baixo custo, as roupas e acessórios criam um estilo único e diferenciado, já que muitos dos artigos são exclusivos
Por: Marcela Lisbôa
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| Jovem escolhe seus looks em brechós |
O guarda-roupa feminino está acumulando várias tendências. Hoje, o gosto das mulheres foi conquistado pelo toque de cada detalhe de modas passadas, como o estilo vintage, trazendo-o para a atualidade. E, para encontrar peças chaves para montar visuais legais e que combinem com a personalidade de cada um, as pessoas estão recorrendo aos bazares e brechós.
Essa forma de comercializar peças de vestuário está ganhando o reconhecimento até mesmo do SEBRAE, que realizou, recentemente, um fórum para discutir o assunto. Aproximadamente 10 mil empresas estão cadastradas no IBGE como comércio varejista de artigos usados. Já no levantamento prévio nas cidades de São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Brasília, realizado pelo fórum promovido pelo SEBRAE, cerca de 300 brechós usam a internet para divulgar seus produtos, informou o diretor-técnico Carlos Alberto dos Santos, especialista em políticas de desenvolvimento e conselheiro da agência brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), em entrevista para a Folha de são Paulo.
A internet é uma boa forma para comercializar peças de segunda mão e oferece uma grande variedade: existem brechós online de peças de grife, roupas infantis e sites colaborativos, como o enjoei, que reúne produtos de várias pessoas e media o contato entre o vendedor e o comprador. Essa é a ferramenta preferida da Ana Paula de Almeida, blogueira do Sou Phyna, para comprar peças diferentes quando se interessa por algo especial.
Para ela, o crescente mercado de brechós é fruto do desapego de peças que não fazem mais parte da vida do dono e pelo valor que carregam em estilo e preço.
Além de apresentar preços mais acessíveis, os brechós reúnem muitas peças de estilos definidos e diferentes, algumas feitas à mão e até mesmo peças que podem ser customizadas para ganhar um ar diferenciado.
A jornalista Beatriz Nery começou a frequentar os brechós por conta da vontade de ter peças de roupas diferentes e pelo interesse no estilo vintage. A jovem acredita que o mais legal do brechó é a possibilidade de encontrar roupas únicas e que esse é o principal atrativo para as mulheres. “Assim como eu, as mulheres procuram exclusividade, porque com esse boom das lojas de departamento, que vendem 10 peças iguais, sempre tem alguém igual a você, ainda mais nas cidades do interior”, comentou.
Pensando nisso, Beatriz reuniu um grupo de amigas com o auxílio do Facebook para que trocassem roupas que não usavam mais. “Essa foi uma ideia inesperada, mas que sempre foi buzinada na minha cabeça”.
As vantagens de se comprar em brechós são muitas, que vão desde o preço até o produto exclusivo. “Poder ter uma peça única e conseguir comprar produtos de grifes por mais da metade do preço é uma vantagem. Além disso, você pode montar seu estilo, baseado em diferentes épocas da moda, com peças que ninguém vai ter”, comentou a blogueira do Sou Phyna.

