24 de mai. de 2016

A importância de se tornar um cidadão autônomo e ativo na terceira idade.

Oferecer atividades que preservem a mente do idoso sã possibilita que a sociedade não o trate por meio de atitudes e gestos paternalistas, mas que os enxergue como cidadãos integrantes da sociedade.


Por: Daniele Bittencourt

Com a chegada da terceira idade surgem também os medos da solidão, do isolamento social e da dependência de outras pessoas. Nesta fase é comum que os idosos se sintam deprimidos e às margens da sociedade que fizeram parte por tantos anos. É nesse momento que a busca por atividades que os insiram novamente a sociedade e que os proporcionem independência e autonomia se mostram necessárias na luta contra a exclusão e a depressão.

Nesse contexto é que a expressão “mente sã, corpo são” ganha força e comprova a importância de se manter ativo mesmo durante a terceira idade. Uma das opções oferecidas aos idosos que procuram por atividades para manterem – se sãos estão as FATI’s – Faculdades Abertas a Terceira Idade.

De acordo com Sonia Siqueira, Coordenador da FATI na Fatea, a escola tem um importante papel na reinserção social desses idosos. “Já escutei muitas vezes das nossa alunas que no dia-a-dia elas são a mãe, a vó, a tia. Mas aqui, na FATI, elas voltam a ser indivíduos”, conta Sonia.

Promover a conscientização de seu papel na sociedade e debater aspectos psicológicos, sociais e biológicos do envelhecimento são características da FATI. Por meio dessas práticas a autoestima do idoso é desenvolvida estabelecendo novos relacionamentos pessoais entre os alunos promovendo uma inclusão sociocultural.

Aluna da FATI/Fatea, a senhora Deise Moreira Rocha, de 84 anos, descobriu na FATI a oportunidade para se livrar da depressão que a consumia após a morte do marido depois de dezenas de anos de união. “Quando meu marido faleceu eu me sentia muito solitária, triste. Aqui, gradativamente, por meio do calor das companheiras da FATI, eu comecei a melhorar e a me sentir mais disposta e alegre para enfrentar a vida”, desabafa Deise.

Professora aposentada, Maria Auxiliadora, 70 anos, após uma vida toda dedicada ao ensino, a aluna vê na FATI a oportunidade de se manter atualizada e em constante crescimento intelectual, cultural e como ser humano integrante do meio em que vive. “Trabalhei por 32 anos dando aulas. Quando me aposentei procurei fazer um monte de atividades que eu não tinha tempo de fazer enquanto exercia a minha profissão”, relata Maria Auxiliadora. “Na Fati descobri que ainda posso ser muito atuante. Aqui nós podemos compartilhar histórias, conhecer pessoas diferentes, estudar, nos divertir, rezar, chorar...tudo”, completa a aposentada.

As atividades que exercitam a mente e o físico do idoso os ajudam a ter uma velhice mais saudável e um convívio mais fortalecido com sua família. É importante que seus familiares o incentive a participar de grupos, cursos e aulas em que possa conviver com outros idosos. Outro fator importante é preservar a sua saúde, atentando para sua qualidade de vida, acompanhando-o em consultas médicas sempre que necessário e ajudando-o com medicamentos.