Por Beatriz Nery
Em abril, muitos comemoraram a Páscoa, trocando ovos de chocolate e confraternizando na família. Mas nem todos. Na cidade de Lorena, interior de São Paulo, mais precisamente no bairro do Campinho, zona rural, a comunidade que cresce em volta da Capela São José espera ansiosamente, no dia 26 de abril, na sala da Pastoral da Criança, a chegada de pessoas bem especiais.Além de mim, doze pessoas foram recepcionadas por crianças famintas de brincar e adultos clamando carinho. Não era pessoa qualquer, também. Lá, alunos, futuros pedagogos, professores e jornalistas, ávidos para levar todo o conhecimento adquirido nas aulas da faculdade para a plena prática.
Com eles, esperava também Tânia Maria Martins Correa, coordenadora da Pastoral da Criança da região que, de tão ansiosa, ligava para o celular da professora que os acompanhava, Rosana Montemor para saber se estávamos no caminho certo. Apesar de ser área rural, em momento algum houve estrada de terra, a estrada os levou em segurança a Capela São José.
“Estou contando sobre como surgiu a Páscoa”, conta Tânia ao ingressarmos na sala da Pastoral, em que cerca de 20 crianças em roda a ouvia atentamente, algumas nos colos de suas mães. Apesar de ela continuar, os chapéus de coruja, porco, gato e tucano que as alunas de Pedagogia usavam chamavam a atenção e mostravam que as ‘tias’ estavam loucas para brincar.
“Foi maravilhoso brincar com elas, e junto com as oficinas acrescentamos algo de bom na vida daquelas crianças, mostramos a elas qual a importância de brincar e se ter uma infância”, relembra Andreza Diniz, aluna de Pedagogia.
Professora Rosana ficou encarregada dos adultos. Rosana não é uma professora qualquer, é também coordenadora do Núcleo de Extensão da faculdade que os alunos frequentam: a FATEA, Faculdades Integradas Teresa D’Ávila de Lorena. Por meio do Núcleo que os alunos aqui estiveram em atividades culturais e sociais para com a comunidade em torno da faculdade.
Criada desde 1998 na FATEA, sua missão é oportunizar ao aluno a proximidade com valores e culturas diferentes, incentivando o respeito ao exercício da cidadania, por meio da vivência prática dos conhecimentos acadêmicos, num projeto universitário sintonizado com a realidade local, regional e brasileira.
E foi o que fizeram. A alegria das crianças, estampadas em seus rostos desenhados de super herói, mostra a força que eles têm apesar das dificuldades da vida e que sempre estão dispostos e sorrir e cantar em verdade: “faremos o possível para sermos bons amigos”.