Há pouco tempo conhecida como doença, a depressão é considerada um problema de saúde pública no País e já faz parte do Plano Nacional de Saúde, pois afeta o paciente em todos os aspectos, na vida pessoal, sentimental, familiar e profissional.
Por: Adriana Lucas
| Solidão um vazio total |
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou em Maio 2014 que a depressão é a principal causa de doenças e de inabilidade entre os adolescentes com idades entre 10 e 19 anos.
A depressão acompanha a advogada Patrícia (nome fictício), hoje com 28 anos, desde pequena.
Ao longo do tempo, ela teve períodos de melhora e recaídas. “Percebi a doença somente quando cheguei ao fundo do poço. O que eu sentia era muita tristeza, angústia, vazio e culpa, por sentir tudo isso, pois não tinha do que reclamar. Acho que a depressão é a somatização de vários sentimentos, acúmulos: estresse, tristeza, ansiedade, ausência de fé”.
Ela foi diagnosticada com um dos mais alarmantes casos da moléstia, a “síndrome suicida” e já tentou contra sua própria vida diversas vezes. “Meu maior medo era ficar em uma cadeira de rodas ou vegetando, dependendo das pessoas pra tudo”.
“Procurei um médico e passei a tomar medicamentos. Não me sinto completamente curada, pois recentemente tive uma recaída e continuo em tratamento”, conta. “As recaídas são as piores, pois parece que a doença está sempre te cercando. Esse foi o fundo do poço, acho que nem preciso mencionar o que tentei. Morro de vergonha só de lembrar”.
Depressão é doença em muitos casos o primeiro sintoma da depressão é físico, muitas pessoas acham que estão tendo infarto e procuram cardiologista, depois de vários exames veem que é emocional. “Um dos maiores problemas da depressão é que ela não possui um sintoma exato e geralmente só se percebe quando o caso já está bem evoluído. Como toda doença, o tempo é imprescindível no tratamento: quanto antes sua descoberta, melhor e mais fácil o tratamento”, afirma a psicóloga Dalva Maria P Galhano. “Possuir a depressão não é exatamente a conclusão de uma fase difícil, porém perdas importantes podem desencadear o processo. O histórico de vida do paciente tem muita importância nesses casos”.
Ela explica que isso não está ligado somente a perdas pessoais, mas podem ser também perdas profissionais, amorosas, financeiras ou uma vida excessiva de trabalho, preocupação e estresse.
O fisioterapeuta João Cristovam M.A Querido, 35, também já passou por isso e seu grau foi considerado moderado. Ele conta que não percebeu a doença. “As pessoas ao meu redor que notaram a diferença em meu comportamento e, quando eu percebi, já estava me sentindo muito mal. Minha primeira atitude foi procurar ajuda médica e oração”.
