Há muito tempo a situação dos carcerários é discussão entre governo e sociedade. Não há ações efetivas para que o problema da superlotação seja, de fato, resolvido. Diante disso, além dos detentos propriamente ditos, há os familiares que também sofrem com a situação. Eles relatam as condições precárias que os filhos enfrentam e cobram melhorias por parte dos órgãos públicos.
Por: Ana Maria Reis
| Penitenciária II de Potim em um domingo de visita |
As penitenciárias e Centros de Detenção Provisória do Vale do Paraíba possuem um déficit de 4.396 vagas. A unidade com a pior situação é o CDP de São José dos Campos, que tem 1.680 detentos, sendo que a capacidade é para 525 pessoas. Na sequência está a Penitenciária II de Potim, com déficit de 1.041 vagas.
“Meu filho está dormindo no chão, forrado com um pano porque a cela está lotada”, conta uma idosa, 88, que optou por não ser identificada. Ela visita o filho, que está na penitenciária II de Potim.
“Meu filho está dormindo no chão, forrado com um pano porque a cela está lotada”, conta uma idosa, 88, que optou por não ser identificada. Ela visita o filho, que está na penitenciária II de Potim.
João da Silva, 56, tem três filhos em cárcere na Penitenciária Feminina II de Tremembé, Centro de Detenção Provisória de São José dos Campos e Penitenciária I de Potim. Sobre as condições precárias, o destaque é para o CDP de São José dos Campos, que abriga de 35 a 40 detentos por cela.
O normal seriam cinco pessoas, em média. “Lá a água é suja, o local é sujo, a comida é estragada e eles passam frio”, afirma João da Silva. No que se refere à Potim ele destaca outro fator: “É o primeiro dia que venho para visita, mas já vi que os agentes penitenciários barram muitos objetos. Já fiquei preso aqui há um tempo e não era desse jeito – era melhor”, contou.
O normal seriam cinco pessoas, em média. “Lá a água é suja, o local é sujo, a comida é estragada e eles passam frio”, afirma João da Silva. No que se refere à Potim ele destaca outro fator: “É o primeiro dia que venho para visita, mas já vi que os agentes penitenciários barram muitos objetos. Já fiquei preso aqui há um tempo e não era desse jeito – era melhor”, contou.
O contexto de superlotação e condições precárias afeta a sociedade, pois as famílias são unânimes em afirmar que os indivíduos sairão desses locais da mesma forma como entraram, ou piores. Sem saber exatamente quando os filhos estarão livres,
João da Silva não tem boas expectativas para as condições de sobrevivência nos presídios e CDPs. “A tendência é piorar”, afirmou. Já a idosa faz um pedido: “Eu queria que Deus tirasse meu filho de lá. Ele era tão bom e trabalhador”.
João da Silva não tem boas expectativas para as condições de sobrevivência nos presídios e CDPs. “A tendência é piorar”, afirmou. Já a idosa faz um pedido: “Eu queria que Deus tirasse meu filho de lá. Ele era tão bom e trabalhador”.
Outro lado
A SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) informou, por meio de nota, que criou o Plano de Expansão das Unidades Prisionais do Estado para ampliar o número de vagas. Dentro do Plano, já foram inauguradas 15 novas prisões e a Ala de Progressão Penitenciária na PII de Potim com capacidade para 204 presos do regime semiaberto.
