A banda Novos Baianos, que transformou o cenário musical brasileiro, comemora este ano meia década desde a primeira reunião do que viria a ser um dos maiores grupos musicais da história brasileira. Para celebrar, os integrantes se reuniram para uma turnê pelo Brasil.
Por Bianca Sobral
Após 17 anos sem tocarem juntos, os Novos Baianos reviveram seus clássicos que marcaram os anos 70 e decidiram retomar a banda. Para registrar esse momento especial, o primeiro DVD do grupo foi gravado no show Acabou Chorare - Os Novos Baianos se Encontram, que aconteceu no dia 17 de março no Rio de Janeiro, cidade onde construíram a maior parte de sua história e viveram momentos inesquecíveis de suas carreiras e vidas pessoais.
Gravação do primeiro DVD dos Novos Baianos aconteceu em março.
Foto: Rogério von Krug / Reprodução Facebook
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Há 50 anos, na Pensão da Dona Maritó, em Salvador, surgia o embrião do que viria a ser a banda. O poeta Luiz Galvão e o compositor Moraes Moreira se uniram, por intermédio do cantor Tom Zé, para misturar seus conhecimentos e fazer música. Em 15 dias a dupla já tinha 8 canções prontas.
Em pouco tempo o grupo já estava maior e contava com o talento de Paulinho Boca de Cantor, ex-crooner da Orquestra Avanço; Baby Consuelo, que ainda usava seu nome de batismo Bernardete Dinorah e havia fugido de Niterói para passar férias na cidade; e Pepeu Gomes, o único que já fazia parte de uma banda: Os Leifs.
Em busca de mais
Os músicos queriam mais e decidiram ir para São Paulo. Participaram do renomado Festival da Record e ali se apresentaram para o país todo. Gravaram o primeiro LP, É Ferro na Boneca, com muito rock psicodélico - estilo característico do mundo na época - e uma pitada de brasilidade. Decidiram que no Rio de Janeiro teriam mais oportunidades e para lá foram. Por 3 meses moraram no JK de Moraes e na casa de amigos, até que alugaram um apartamento em Botafogo. A cobertura do 4º andar virou, então, residência de mais ou menos 17 pessoas. Como não havia quartos suficientes para todos, eles improvisaram “casas” ali dentro. Baby e Pepeu, por exemplo, moravam pendurados na varanda.
O guru
A movimentação no apartamento era intensa: futebol e LSD na sala, música e visitas o tempo todo. Entre os visitantes estavam Caetano, Gil, Gal e João Gilberto, amigo de longa data de Luiz Galvão. João tornou-se o “mentor” do grupo, levando para eles novas experiências com chorinho, samba e outros tesouros da música brasileira. Sua suavidade se fundiu à energia do rock’n roll que os Baianos já traziam e, dessa mistura, surgiu o que foi considerado pela revista Rolling Stones como o “maior disco de música brasileira de todos os tempos”: Acabou Chorare.
O auge e o Cantinho do Vovô
Durante o período de criação e produção de Acabou Chorare a turma percebeu que precisava sair do apartamento de Botafogo pois estava ficando muito visada - lembrando que era período de ditadura militar. Encontraram, então, um sítio em Jacarepaguá, de apelido Cantinho do Vovô, onde moraram como uma comunidade hippie. Tudo era compartilhado, inclusive o dinheiro que ficava atrás das esteiras de palha que cobriam as paredes. Muito futebol e muita música faziam parte da rotina. Um sucesso após o outro, mais discos lançados, shows. Mas viver em comunidade não é tão fácil assim e com o passar do tempo as relações começaram a se desgastar.
O fim (e os retornos)
Com o convívio difícil, Moraes decidiu iniciar sua carreira solo. Depois foi Baby que também quis voar sozinha. Assim, cada um foi encontrando seu rumo próprio e o grupo chegou ao fim em 1979. Reuniram-se algumas vezes desde então, fizeram alguns shows, gravaram o disco Infinito Circular em 1997, mas em 2000 realizaram o que seria sua última turnê, que acabou deixando um clima ruim entre os integrantes do grupo. Felizmente, 17 anos depois, os Novos Baianos decidiram deixar os contratempos de lado e presentear os fãs que tanto esperaram por uma oportunidade de vê-los brilhar novamente nos palcos, esbanjando alegria e talento. E, para eternizar esse momento, um DVD com a cara e o som dos Novos Baianos deixou registrado essa reunião histórica. Agora, resta aos fãs aguardarem o lançamento do próximo CD de inéditas do grupo que, segundo os integrantes do grupo, já está sendo planejado e que promete ser um grande sucesso.
Em busca de mais
Os músicos queriam mais e decidiram ir para São Paulo. Participaram do renomado Festival da Record e ali se apresentaram para o país todo. Gravaram o primeiro LP, É Ferro na Boneca, com muito rock psicodélico - estilo característico do mundo na época - e uma pitada de brasilidade. Decidiram que no Rio de Janeiro teriam mais oportunidades e para lá foram. Por 3 meses moraram no JK de Moraes e na casa de amigos, até que alugaram um apartamento em Botafogo. A cobertura do 4º andar virou, então, residência de mais ou menos 17 pessoas. Como não havia quartos suficientes para todos, eles improvisaram “casas” ali dentro. Baby e Pepeu, por exemplo, moravam pendurados na varanda.
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Novos Baianos decidiram retomar a banda e gravar novo CD Foto: Reprodução/Facebook |
A movimentação no apartamento era intensa: futebol e LSD na sala, música e visitas o tempo todo. Entre os visitantes estavam Caetano, Gil, Gal e João Gilberto, amigo de longa data de Luiz Galvão. João tornou-se o “mentor” do grupo, levando para eles novas experiências com chorinho, samba e outros tesouros da música brasileira. Sua suavidade se fundiu à energia do rock’n roll que os Baianos já traziam e, dessa mistura, surgiu o que foi considerado pela revista Rolling Stones como o “maior disco de música brasileira de todos os tempos”: Acabou Chorare.
O auge e o Cantinho do Vovô
Durante o período de criação e produção de Acabou Chorare a turma percebeu que precisava sair do apartamento de Botafogo pois estava ficando muito visada - lembrando que era período de ditadura militar. Encontraram, então, um sítio em Jacarepaguá, de apelido Cantinho do Vovô, onde moraram como uma comunidade hippie. Tudo era compartilhado, inclusive o dinheiro que ficava atrás das esteiras de palha que cobriam as paredes. Muito futebol e muita música faziam parte da rotina. Um sucesso após o outro, mais discos lançados, shows. Mas viver em comunidade não é tão fácil assim e com o passar do tempo as relações começaram a se desgastar.
O fim (e os retornos)
Com o convívio difícil, Moraes decidiu iniciar sua carreira solo. Depois foi Baby que também quis voar sozinha. Assim, cada um foi encontrando seu rumo próprio e o grupo chegou ao fim em 1979. Reuniram-se algumas vezes desde então, fizeram alguns shows, gravaram o disco Infinito Circular em 1997, mas em 2000 realizaram o que seria sua última turnê, que acabou deixando um clima ruim entre os integrantes do grupo. Felizmente, 17 anos depois, os Novos Baianos decidiram deixar os contratempos de lado e presentear os fãs que tanto esperaram por uma oportunidade de vê-los brilhar novamente nos palcos, esbanjando alegria e talento. E, para eternizar esse momento, um DVD com a cara e o som dos Novos Baianos deixou registrado essa reunião histórica. Agora, resta aos fãs aguardarem o lançamento do próximo CD de inéditas do grupo que, segundo os integrantes do grupo, já está sendo planejado e que promete ser um grande sucesso.