28 de mar. de 2017

Cruzeiro e Guará recebem primeira Caminhada de Conscientização ao Autismo



Para conscientizar a região sobre a importância do autismo, o grupo Mais Sobre TEA vai realizar a primeira caminhada em prol da causa. Cruzeiro inicia o movimento no dia 1, na praça Antero Neves Arantes, a Praça da Sete, às 10h. Já no domingo, dia declarado pela ONU (Organizações das Nações Unidas) como a data principal de informar sobre o autismo, Guaratinguetá encerra a passeata na avenida Presidente Vargas, no mesmo horário.


Por: Andreah Martins



Para uma das integrantes da organização, Aline Ribeiro, a ação é muito importante para a sociedade. “O autismo gera muitas dúvidas. Nossas leis não são respeitadas. Nossos profissionais não estão capacitados. As escolas não estão preparadas. Por isso a ideia é levar informação e inclusão aos pais, profissionais e população”.

O movimento foi criado por fonoaudiólogas e mães ligadas ao TEA (Transtorno do Espectro Autista). Hoje, possui mais de 300 integrantes, de diferentes partes do país. A ação que tem ajuda de patrocinadores, também realiza a venda de camisetas ao preço de custo de R$15.

Outra organizadora que faz parte do grupo de Cruzeiro, Elisabete Sousa, explicou como será realizada a caminhada na cidade. “Teremos a presença dos pais e das crianças com autismo, profissionais da área, professores e a comunidade. Pretendemos trazer outros profissionais com a renda das camisetas”. A professora reafirmou a iniciativa autônoma do grupo, sem interferências de órgãos. “Não temos denominação de Ongs. É um grupo de estudo que se reuniu ara falar mais sobre TEA. Estamos tendo apoio mas é para a realização do evento, apenas”.

Aline, além de assessora de eventos também é mãe de criança com o transtorno. Ela contou das dificuldades do cotidiano com a falta de informação da causa no Vale do Paraíba. “A desinformação e preconceito existem. Consegui o diagnostico do meu filho só aos 3 anos e 9 meses. Na escola que estudava, quando mostrei o diagnóstico e pedi uma facilitadora para o acompanhar, eles disseram que iriam resolver, mas ninguém me retornou”, explicou a assessora que estava grávida na época e precisava resolver a situação da rematrícula de seu filho.

A escola não o aceitou de volta, após descobrir o diagnóstico. “A diretora me pediu para aguardar enquanto resolviam a situação, mas quando voltei para saber me disseram que o meu filho não teria mais a vaga dele porque eu não fui fazer a matricula dele. Ele virou um problema pra escola e fomos, descaradamente, excluídos”, relatou.

Em Guaratinguetá, os preparativos para ampliar o conhecimento já estão em andamento. A organização anunciou que, no decorrer do ano, dois cursos serão realizados com a arrecadação da venda das camisetas. Eles serão ministrados por profissionais capacitados e terá limite de vagas de 70 interessados. O assunto irá abordar os métodos de aprendizagem eficazes para o tratamento de crianças com o transtorno. Acompanhe mais informações na página oficial do Mais Sobre TEA.