30 de mai. de 2017

Futebol e seus caminhos para o sucesso


Para se chegar ao status de grandes jogadores, que ganham salários exorbitantes, a caminhada costuma ser longa e bem árdua. Das escolinhas, ao futebol amador e às categorias de base, há várias possibilidades, que exigem planejamento, dedicação, esforço e não somente talento. Lorena, Guaratinguetá, Aparecida de Cruzeiro oferecem oportunidades variadas e diferentes, desde escolinhas particulares e agentes até projetos sociais.
                                  
Por Renan Mendes



Formar um atleta em condições de introdução em mercados com maior circulação de dinheiro do que o mercado em que o clube se encontra, não é tarefa das mais complicadas. Para que isso ocorra basta criar uma estrutura que possibilite o jovem aprender, praticar e atuar por alguns anos. É o papel de categoria de base.

“Milhares de crianças desejam jogar futebol profissionalmente, mas a maioria talvez não tenha talento para isso e, se possuírem qualidades para tanto, talvez não resistam a algumas exigências que um jovem é submetido no processo de formação até o nível profissional”, afirma o captador de talentos externo do Grêmio, Enzo Lodovici.


“Trabalhar o sonho dessas crianças e jovens é fundamental não só na formação como atleta, mas também na formação como cidadão. Realizamos esse acompanhamento onde treinamos a parte técnica e física do atleta e com base nos aproveitamentos e rendimento, encaminhamos para testes e avaliações. Por sermos uma escolinha da rede Craquenet, dos ex jogadores Rubens Jr e Deco, ajuda muito nas conversas e negociações com as equipes”, afirma o professor e proprietário do Boa Bola Craquenet, Glauco Filipo.

É quase impossível um clube ter 100% de jogadores das suas categorias de base. O mercado de transações de jogadores está permanentemente em movimento e a rotatividade de atletas é alta. Desse modo, sempre vai haver necessidades de contratações de jogadores de outros locais.

De acordo com Enzo Lodovici, um atleta pode vir de qualquer lugar. “Sou olheiro da base do Grêmio há quatro meses, antes disso, já trabalhei em clubes como Ponte Preta, Coritiba e Santos. Esse mundo do futebol é bem complexo e bem amplo, garotos bons de bola nós encontramos em todo lugar, o difícil é achar aquele que tem o dom e o talento pra isso, que nasceu pra isso”.

Hoje, as categorias de base são algo muito importante para aqueles jovens que querem seguir um caminho no esporte, mas algumas já são controladas por agentes, o que acaba gerando para aqueles garotos que conseguem essa filiação uma facilidade em conseguir evoluir. “Acompanhamos o atleta e damos toda estrutura, é um processo diferente, pois somos agentes e temos esse certo 'passe livre' em vários clubes brasileiros, isso facilita muito o contato e acesso”, afirma o diretor da RV Sports Gerenciamento Assessoria de Atletas, de Guaratinguetá, Renan Nascimento.
Dificuldades

O futebol amador sofre com diversas dificuldades, não só para os jogadores, mas também para os técnicos e professores das escolinhas de futebol. “As maiores dificuldades são relacionadas à parte financeira, já que muitas vezes não temos dinheiro para entrar nas competições, ou até mesmo para a manutenção dos materiais necessários para as atividades durante os treinos. Por falta de apoio, muitas vezes tirei dinheiro do próprio bolso”, afirma o fundador do Projeto Base Forte Futsal,Thaian Passini.
Thaian tem apenas 19 anos e cursa Educação Física, mas afirma que mesmo com as muitas dificuldades, acredita no seu projeto, que consiste em tirar crianças das ruas e incentivá-las por meio do futsal. “Quando entrei na faculdade eu tinha esse sonho de montar uma escolinha para tirar os jovens da rua, formando não só atletas, mas cidadãos do bem. Esse é o maior legado”.

O Projeto Base Forte Futsal tem pouco mais de dois anos e consiste em uma escola de futsal, sem fins lucrativos, que forma atletas de 10 a 17 anos. O projeto é colocado em prática em Cruzeiro, com treinos realizados em horários que não interferem no horário escolar dos alunos envolvidos. Como último trabalho dentro do projeto, Thaian formou uma equipe amadora, que no último dia 5 de novembro encerrou sua participação na Copa DEC de futsal.

“Tenho como maior desejo, fazer com que o Base Forte se torne referência em Cruzeiro, tanto para os outros profissionais que tenham o desejo de formar uma escolinhas, como para as crianças que tenham o desejo de um dia entrar em uma escolinha de futebol”, disse Thaian, ao ser questionado sobre quais eram seus planejamentos futuros para seu projeto.