Por Andreah Martins
Walter Garcia cuidando de uma das espécies que cultiva (Andreah Martins)
O professor de Geografia contou que a ação surgiu involuntariamente. "Eu sempre atuei na área ambiental. Uma das minhas ações na cidade era a de plantar árvores pelas ruas. Com isso, as pessoas começaram a querem mudas em troca de alguns itens que fossem doando e,com isso, me surgiu a ideia".
As mudas são criadas pelo próprio morador, em sua residência. As espécies vão desde orquídeas às frutíferas. "Com o projeto em andamento, comecei a ceder, a quem trouxesse a arrecadação, orquídeas e outras plantas. Aqui em casa, um pequeno espaço possui pelo menos, uns cinco tipos", comentou.
Além disso, comentou que o projeto ganhou mais força com o ensino superior. "Na pós-graduação, tive que fazer um projeto de energia limpa. Tem muitas energias físicas que podem ser construídas. Queria fazer algo que ninguém viu. Com isso criei um projeto que se chama 'Reintroduzir no ciclo de uso a energia inadvertidamente encalacrada', que nada mais é que reutilizar aquilo que pode ser reutilizado".
A caridade se tornou uma responsabilidade como cidadão e como autor do projeto. "Minha ação é periódica. Não é feita apenas para o Dia das Mães, ou no Natal. Acontece todos os dias. É algo necessário a se fazer, tendo em vista, como está a situação política na cidade. Isso deveria ser responsabilidade do poder, com melhores políticas públicas, mas olha como estamos" ressaltou.
Garcia utiliza as redes sociais como divulgadora da ação e de outros projetos que desenvolve, como a distribuição de livros nas praças da cidade. "Outra coisa interessante é o incentivo a leitura aos jovens. Eu deixo uma caixa com livros na rua para que o cidadão leia e, se quiser levar, também pode. As pessoas acham que é mentira ou que quero algo em troca. É por isso que faço as ações, pra tentar modificar esse pensamento individualista".
Viveiro vertical, onde encontra-se espécies frutíferas e de orquídeas
O projeto chega em muitas entidades da cidade, como a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) e da Aba (Associação Braços Abertos). "Eu já juntei roupas, mantimentos, equipamentos para várias entidades da cidade. As vezes nem sei pra onde levar. Uma vez, uma cidadã trocou um freezer por planta. Ele foi parar na Igreja Santa Luzia. Outra vez, eu levei para a Olaria (bairro da cidade). Chamei uma moça na rua para poder doar na comunidade e descobri que as casas que foram arrumadas no bairro são da mesma entidade que doou as roupas".
Todos os dias, o morador divulga na sua própria página de Facebook sobre o projeto, quem o ajudou nas arrecadações e os locais para realizar a ação da leitura. Para mais informações ou quem quiser ajudar na ação, acesse a página do Walter Garcia.
