10 de jun. de 2017

Mesmo sem apoio financeiro, associação em Aparecida resgata animais vítimas de maus-tratos e abandono

Eles estão nas ruas, praças, comércios, procurando um abrigo ou até mesmo um alimento. Passam fome, sede, calor e frio. Na chuva ou no sol, muitos deles machucados, feridos e doentes.Revirando lixo ou a procura de um lugar mais quente. Eles estão numa incansável busca por um lar, que lhes ofereça proteção, cuidado e carinho.


por Bruna Reis e Priscila Barbosa


No Brasil, mais de 30 milhões de animais estão nessas condições. De acordo com a OMS, em um relatório de 2014, há cerca de 20 milhões de cães e 10 milhões de gatos abandonados no país. O quadro preocupa, já que se trata de uma questão de saúde pública e as políticas oferecidas não são suficientes para resolver os problemas.


O abandono de forma generalizada pode ser visto desde as grandes capitais até os pequenos municípios do interior. Na região do Vale do Paraíba não é diferente, em que casos de maus tratos e abandono são cada vez mais comuns.

Algumas medidas vêm sendo criadas pelo poder público visando amenizar os problemas causados pelo abandono e maus tratos aos animais na região. No dia 19 de abril, foi realizada uma audiência pública na Câmara de Taubaté para discutir sobre o tema. No encontro, um documento foi apresentado para ser encaminhado aos 39 municípios que compõem a Região Metropolitana do Vale do Paraíba. O documento trata da inclusão de políticas públicas voltadas a saúde e bem-estar animal dentro do orçamento de cada cidade. O evento teve iniciativa do vereador de Taubaté, Douglas Carbonne (PCdoB). Se colocadas em práticas, as recomendações devem começar a valer a partir de 2018.

No entanto, enquanto esses projetos não saem do papel, muitos cachorros, gatos e até cavalos, sofrem pelas ruas ou são explorados e maltratados. Com o objetivo de mudar essa realidade, ou ao menos tentar, é que nascem organizações e grupos não governamentais dispostos a lutarem pela causa. Assim nasceu a ARPAA, a Associação Responsável Pela Proteção Animal de Aparecida.

Confira  um pouco da história da ARPAA com a repórter Bruna Reis.


A ARPAA atua em Aparecida, Potim e Guaratinguetá e atende animais doentes, feridos ou atropelados, sempre priorizando os casos mais graves, já que a instituição ainda não tem seu próprio abrigo. A diretora social, Deise Marcondes, explica que para que esse trabalho seja realizado é necessário ajuda de voluntários, principalmente de pessoas que possam oferecem o lar temporário. “A gente depende do lar temporário, em que o voluntário cede um espaço na casa dele, o animal fica sob os cuidados da pessoa e a ARPAA se responsabiliza pela parte de tratamento, de fornecer alimentação, até o animal terminar o tratamento e ser encaminhado a adoção”, conta Deise.

Com um pouco mais de três anos de trabalhos, mais de 300 animais foram atendidos, sendo que 150 destes tiveram o acompanhamento continuo do grupo, desde o resgate até a adoção. Com isso, a ARPAA acumula uma divida mensal de R$3.000,00, com gastos de veterinário, medicamentos, alimentação e hospedagem dos pets. Para custear todos esses gastos, diversos eventos são realizados para arrecadar fundos. A organização e realização das ações beneficentes contam com o apoio de voluntários. A professora Carolina Tannús e a cabeleireira Analucia Machado contaram suas experiências como voluntárias para a repórter Priscila Barbosa. Confira. (Clique aqui)

A diretora social ressalta a importância do trabalho voluntário e orienta as pessoas que queiram ajudar com a Associação. “A principal ajuda é o lar temporário, no quesito financeiro, as pessoas podem fazer doações através de deposito bancário, doar roupas, acessórios ou eletrodomésticos usados ou sendo voluntárias nos eventos realizados. Toda ajuda é muito bem vinda”, destaca Deise Marcondes.


Para acompanhar o trabalho ou ser voluntário de alguma forma, basta entrar em contato pela página oficial da ARPAA no Facebook. Cabe enfatizar que os maus tratos e abandono animal é crime, regido pela Lei nº 9.605/98.