Correções estéticas podem promover um aumento da auto-estima, porém aspectos físicos e psicológicos devem ser analisados previamente.
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| foto: www.ocontroledamente.com.br |
Luciana Soares
A presença de jovens em clínicas de cirurgia plástica tornou-se comum nos últimos anos. Diante da necessidade de integração social e das insatisfações da idade, a busca por resultados imediatos fez com que eles aderissem aos métodos cirúrgicos.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), a realização de cirurgias de estética em jovens aumentou de 5% para 15% na última década. O padrão de beleza imposto pela mídia junto da busca por uma melhora na qualidade de vida ajuda a esclarecer o porquê dessa situação.
É essencial mostrar os pontos positivos e negativos do procedimento, relata o cirurgião plástico Dr. Waldir Renó. “Existem riscos e é preciso ter noção disso”, explica. O médico esclarece que antes da realização da cirurgia é feita uma avaliação, onde se analisa o desenvolvimento físico e psicológico do paciente. Ele conta que os cuidados variam de caso para caso, mas que procura evitar a plástica em pessoas de até 17 anos, a não ser que o motivo declarado esteja prejudicando de alguma forma a vida do paciente. “Realizo a operação apenas se o desenvolvimento do corpo já estiver completo e se o motivo estiver interferindo de forma intensa na atividade sócio-cultural”, esclarece.
Jovens com idade acima de 18 anos já possuem mais consciência da atitude e responsabilidade para arcar com as conseqüências. “A escolha por uma cirurgia plástica não se resume apenas no ato cirúrgico, mas também em uma série de eventos do pós-operatório que em alguns casos duram até um ano”, explica Dr. Renó. É necessário avaliar cada caso e suas limitações, antes de dar a palavra final.
Existem casos em que uma cirurgia plástica é necessidade da saúde física, como foi para Joice Soares, que fez redução de mamas aos 18 anos. Ela conta que sentia dores na coluna devido ao peso das mamas, “Além de aliviar a dor que eu tinha nas costas, agora posso usar regatas e tops que antigamente não usava por vergonha” afirma. Mas há também aquelas que optam por isso apenas por estética, como no caso de Elita Monteiro que colocou implantes de silicone. Aos 20 anos ela utilizou as férias da faculdade para operar. “Eu não me sentia bonita, nenhuma roupa ficava boa, e agora além disso ter mudado, me sinto mais feminina e confiante”, conta.
Algumas garotas decidem modificar o corpo em busca da perfeição, mesmo quando não apresenta imperfeição alguma, esclarece o psicólogo Dr. André Luiz Ramos. “A pessoa está formando sua identidade, e querer parecer o que não é pode aumentar a frustração”, diante disso é importante saber a decorrência do desejo do jovem e entender se a opção escolhida por este é realmente válida.
Qualquer tipo de cirurgia exige cuidados. É importante procurar um médico competente e com registro na SBCP, além do auxílio de profissionais que podem trazer um maior esclarecimento do assunto, para que seja feita com consciência, responsabilidade e de forma a trazer resultados benéficos à vida do paciente.
