Por José Eduardo de Souza
A leitura de livros (de papel) está caindo? De acordo com a pesquisa Retrato da Leitura no Brasil, do Instituto Pró-Livro em parceria com o Ibope Inteligência, o número de brasileiros considerados leitores, aqueles que haviam lido ao menos uma obra nos três meses que antecederam a pesquisa, caiu de 95,6 milhões (55% da população estimada), em 2007, para 88,2 milhões (50%), em 2011. A redução da leitura foi medida até entre crianças e adolescentes, que leem por dever escolar.
De acordo com a professora universitária Bianca Freitas (FATEA Lorena), os levantamentos devem ser observados com cuidado. "O número de brasileiros que leem livros pode realmente estar caindo. Mas em compensação precisamos olhar também o número de pessoas que está lendo em outros meios. É claro que a leitura de livros não é substituível, mas com a ascensão das novas tecnologias as pessoas buscam as informações em outros meios.", diz Bianca.
A aluna Nathalia Caroline, segue na contramão das estatísticas. Apesar da falta de tempo, da correria do dia a dia e da abundância de outros meios para buscar informações, Nathalia não abre mão de um bom livro. "Eu acredito que nos livros a gente tem uma fonte segura de informações, e pode enriquecer nossa cultura e nosso vocabulário. Leio pelo menos um livro por mês. Gostaria de ler mais, mas a rotina não me permite.”, afirma Nathalia.
Números da pesquisa também mostram que o brasileiro que considera a leitura um hobby caiu. Em 2007, ler era a quarta atividade mais apreciada no tempo livre; quatro anos depois, o hábito caiu para sétimo lugar. À frente dos livros, apareceram atitudes como assistir à TV, escutar música ou rádio, dentre outros.
A influência que a Internet provoca nos hábitos de leitura é um tema bastante polêmico. A leitura deve ser considerada não só em livros, mas também de outras formas. Para a professora Bianca, é fundamental incentivar a leitura. "Busco sempre em minhas aulas incentivar a leitura por parte dos alunos. Tanto de livros, quanto de outros formatos de leitura, como artigos, revistas, filmes, etc.", ressalta a professora.
A internet foi o meio de comunicação que mais rapidamente se expandiu no mundo. As tecnologias de informação e comunicação disponibilizam o acervo de bibliotecas digitais e virtuais, expandindo os limites do ensino e da pesquisa. “Para ter opinião é necessário ter conhecimento. E todo universitário necessita ter opinião.”, conclui Bianca.