Noção de tempo distorcida, passado mais moderno que o presente:
condição assustadora, porém plausível
Por Tiago Zanini
Para entender o realismo fantástico, uma aventura da ciência moderna e suas estranhas teorias que desafiam o senso comum, é preciso ter em mente que a base científica desmistifica o mito de acordo com avanço da tecnologia. Nesta modalidade literária, fatos encantados e surreais passam a ser vistos como algo comum e convencional, até mesmo fatores como intuição e espiritualidade vão ao encontro da Mecânica Quântica.
Confrontado, certa vez, com uma hipótese nada ortodoxa, o físico dinamarquês Niels Bohr, acadêmico do porte de Albert Einstein, disse que a questão não era saber se a ideia era maluca, mas se era suficientemente maluca para ser verdade.
Já o austríaco Karl Popper, considerado um dos maiores filósofos da ciência, achava que a verdade é simplesmente inatingível e, por isso, propôs a divisão da realidade em três partes: o real, sobre o qual jamais teremos o completo conhecimento, a realidade dos sentidos e a realidade das ideias. As duas últimas, segundo Popper, ajudam-nos a chegar mais perto da primeira.
No Brasil, o escritor Sérgio Russo é referência, de acordo com o pesquisador entende-se por Realismo Fantástico o estudo de todos os mistérios em geral, envolvendo fatos inexplicáveis e tudo aquilo que, embora real, foge ao convencional sendo rejeitado, ocultado ou até mesmo ridicularizado pelos meios mais ortodoxos e céticos. “Destacam-se no estudo desse gênero a Ufologia, a Arqueologia Insólita, os Fenômenos Paranormais, o Esoterismo, a Exobiologia, os Mistérios do Espaço e do Tempo, a Criptozoologia e dezenas de outros temas igualmente atuais e surpreendentes”, enumera Russo.
Mesmo sendo comumente confundido com ficção, o realismo fantástico pode ser tratado como um paradoxo da realidade, absurda à usual. Como exemplo é possível utilizar como o “Experimento da Dupla Fenda”, atividade conhecida do mundo quântico no qual os elétrons mudam seu comportamento de acordo com a presença de um observador. O fato poderia ser analisado macroscopicamente como a origem do chamado “mau olhado”.
Também antigo é o sonho humano de voar, análises históricas parecem mostrar que o homem voou muito mais cedo do que se imagina. Antigas epopeias indianas que datam de pelo menos 15 mil anos utilizam conceitos antigravitacionais que, hoje, são tecnicamente admissíveis. De acordo com os textos, nossos antepassados construíram um revolucionário motor utilizando uma técnica hoje conhecida como Vórtice de Mercúrio, além disso, as obras contam com manuais de voo, rotas áreas, procedimentos para aterrissagem normal e forçada, e até os metais que têm de compor a nave.
Gabriel García Márquez deu forma ao realismo fantástico que marcou a literatura latinoamericana. Apesar de não utilizar a tecnologia como tema central de seus livros, costumava dizer: "é só realismo. A realidade que é mágica. Não invento nada. Não há uma linha nos meus livros que não seja realidade. Não tenho imaginação".
O tema é pouco comum no meio acadêmico, mas mais informações podem ser obtidas em diversos sites espalhados pela rede como o do escritor Sérgio Russo. Clique Aqui
