29 de mar. de 2016

A ascensão dos aplicativos de relacionamentos

Cada vez mais, aplicativos de relacionamento ganham espaço nos smartphones de jovens que querem se relacionar com outros. Um deles vem crescendo cada vez mais no mundo e principalmente no Brasil, o Tinder.

Por: Thomas Furtado

Interface principal do aplicativo.
Foto: Internet
Com o desenvolvimento tecnológico e a facilidade do acesso à informação, cada vez mais pessoas se tornam dependentes da tecnologia. Essa dependência se torna ainda mais evidente quando o assunto aborda especificamente os aplicativos, principalmente aqueles voltados às redes sociais. Um em especial se popularizou entre os jovens de todo país, o Tinder, um aplicativo desenvolvido pra facilitar relacionamentos.

Os números impressionam. Os usuários acessam o serviço onze vezes por dia e fazem mais de 1,4 bilhões de avaliações de parceiros por dia. Os brasileiros invadiram a plataforma: aqui, ela cresce com o triplo da velocidade do mercado americano, onde nasceu. Lançado há cerca de quatro anos, o Tinder experimentou uma aceleração recente. Desde a criação, seus usuários já fizeram mais de 13 bilhões de avaliações de potenciais parceiros. Três bilhões, contudo, foram feitas só em agosto.

Timidez excessiva e falta de tempo para relacionamentos estão entre as principais justificavas utilizadas pelos adeptos do Tinder, mas as divergências de opinião começam quando a eficiência do aplicativo é questionada. Para Bruno
Quando ambos se gostam, há o "Match".
Foto: Internet
Espinoza, adepto do Tinder, o aplicativo não funciona da forma que deveria. “A maioria das pessoas acha que é só pra conhecer gente de perto, mas não, a maioria procura gente para se relacionar sexualmente”. Já para Tatiane Alvarenga, o aplicativo ajuda bastante, principalmente as pessoas tímidas. “Eu acho que cada um leva o aplicativo da maneira que deve, algumas poucas pessoas procuram amizade, mas a maioria procura encontrar um parceiro”.

Com tantas opiniões divergentes quanto à facilidade que o aplicativo oferece aos relacionamentos interpessoais, a psicóloga Márcia Rubez desmente a principal funcionalidade do Tinder. “Acredito que eles não facilitam as relações interpessoais porque esses aplicativos são construídos a base do imaginário, mais especificamente através de imagens e não estão vinculados a emoções. O relacionamento é muito mais do que a atração física pelo belo, ele envolve também a questão do sentimento”.

A psicóloga ressalta também que a falta de experiência emocional causada por aplicativos como o Tinder pode influenciar a formação intelectual e sentimental dos jovens. “Os jovens hoje em dia são muito ligados à questão da tecnologia, e eles estão perdendo a experiência do contato humano, muitas vezes eles acabam se escondendo através de uma tela do computador e perdendo essa relação humana do contato, da amizade, do próprio relacionamento em si, então acredito que a utilização em demasia desses aplicativos não favoreça a questão do emocional”.