Izabella Alves
O filme Lisbela e o prisioneiro foi o primeiro longa-metragem do diretor Guel Arraes feito especificamente para o cinema o filme foi lançado no ano de 2003. Ele se passa numa cidade do interior é ai que percebemos que o Brasil é um país divertido e que os brasileiros sabem muito disso e sabemos apreciar um belo filme.É uma comédia romântica e conta a história divertida do malandro, aventureiro e conquistador Leléu (Selton Mello), e da mocinha sonhadora Lisbela (Débora Falabella), que adora ver filmes americanos e sonha com os heróis do cinema. Lisbela está noiva e de casamento marcado, quando Leléu chega à cidade. O casal se encanta e passa a viver uma história cheia de personagens tirados do cenário nordestino: Inaura, uma mulher casada e sedutora (Virginia Cavendish) que tenta atrair o herói; um marido valentão e "matador", Frederico Evandro (Marco Nanini); um pai severo e chefe de polícia, Tenente Guedes (André Mattos); um pernambucano com sotaque carioca, Douglas (Bruno Garcia), visto sob o prisma do humor regional; e um "cabo de destacamento", Cabo Citonho (Tadeu Mello,), que é suficientemente astuto para satisfazer os seus apetites.Lisbela e Leléu vão sofrer pressões da família, do meio social e também com as suas próprias dúvidas e hesitações. Mas, em uma reviravolta final, cheia de bravura e humor, eles seguem seus destinos.
Apesar da história se passar no nordeste brasileiro, os dramas destas personagens, suas aflições e sonhos são universais. Não se trata, portanto, de um filme regionalista, embora se utilize com inteligência dos recursos interessantes que uma história nordestina pode trazer, como o colorido das paisagens, o sotaque alegre e algumas tradições regionais. As gírias que são usadas no filme como “cafonérrimo” traduz a linguagem arrastada do Nordeste. Frederico Evandro usa muito ouro e prata em pulseiras, relógio e anel, num modelito copiado por Emília Duncan de um anônimo que ela viu no município metropolitano de Igarassu.
Com sapatos brancos, calça azul clara mal-ajambrada e um topete constantemente ajeitado com um pente de bolso, Bruno Garcia, que trocou Leléu no teatro por Douglas, arrancou risadas ao filmar a cena em que descobre que foi “corneado” e vai pedir ajuda ao pai de Lisbela. Seu personagem, ardiloso e de caráter duvidoso, passou um mês no Sul do País e adotou um sotaque exagerado, que pretende ser carioca, mas é sempre traído pelo acento nordestino. Assim, ele fala, por exemplo,"oxentche", "exatamentche".
A personagem Francisquinha, que não entende como pode ser "tão louca" pelo Cabo Citonho, que ela reconhece ser uma "derrota", uma "desgraça". Ao contracenar com o seu amado à porta da delegacia, numa filmagem realizada numa tarde de domingo, ela simbolizava a essência buscada por Emília Duncan: esmalte rosa alaranjado nas unhas dos pés e das mãos, sandália japonesa azul com tiras de florzinhas, pulseiras coloridas, saia listrada amarelo e branco, blusa de malha com estampa de periquitos na mata e mangas fofas, grandes brincos-laranja e duas fivelas douradas no cabelo.
Podemos ver que a Cultura do Nordeste é bastante colorida, pois usam várias combinações que às vezes nem tem muito a ver mais para eles é como se estivessem num desfile arrasando todas e as gírias vêm da cidade mesmo que em todos os lugares que vamos cada um tem a sua.