23 de abr. de 2013

A arte que imita a vida, ou vice versa

Thaís Gomes

A vida de um universitário não é fácil. Tudo acontece ao mesmo tempo, e é preciso muita determinação e jogo de cintura para conciliar a faculdade, estágio e vida particular. Ai, você se forma e tudo ainda fica mais complicado. É hora de enfrentar o mercado de trabalho.
Os jovens recém-formados sonham com uma carreira brilhante. Almejam trabalhar em grandes empresas e ser reconhecidos pelo seu trabalho, e, para isso, acabam se mudando com a cara e a coragem para as grandes cidades em busca de uma oportunidade.
Esse exemplo simples da vida real já foi retratado nos cinemas. O filme O Diabo Veste Prada (The Devil Wears Prada – 2006), do diretor David Frankel é inspirado na obra de Lauren Weisberger e conta a história de Andrea Sachs, uma jornalista recém-formada que se muda para Nova York em busca de um trabalho, levando na mala grandes expectativas e uma vontade enorme de praticar tudo o que aprendeu na faculdade.
Andrea consegue emprego na revista de moda mais famosa e conceituada dos EUA, a Runway, que tem como editora-chefe a impiedosa Miranda Priestly, vivida por Maryl Streep.
No começo, a jovem fica totalmente assustada com as atitudes da chefe, que humilha e maltrata todos os funcionários e com ela não é diferente, ainda mais porque seu estilo de vida e, principalmente, o modo de se vestir não se encaixam naquele ambiente totalmente fashion da revista.
Determinada  a fazer desse emprego sua porta de entrada para o mercado de trabalho, Andrea decide deixar de lado seus medos e preconceitos e muda totalmente seu visual, suas atitudes, o que lhe proporcionou muito mais segurança e jogo de cintura para aturar as excentricidades de Miranda.

O tempo vai passando e Andy consegue total confiança da chefe,mas isso lhe saiu caro. Para acompanhar o ritmo de Miranda, ela passou a viver somente em função do trabalho, deixando totalmente de lado sua vida pessoal, magoando assim seus amigos  e o namorado Nate .
A gota d’água ocorre quando Andrea perde a festa de aniversario de Nate, por ter que ficar refrescando a memória da chefe em um evento, e logo depois é escolhida por Miranda para acompanha-la numa  viagem a Paris para o Fashion Weak. Inicialmente quem iria seria a primeira assistente Emily, que viveu os últimos meses em função dessa viagem, ficando até sem comer para ficar mais magra. A surpresa maior é que Miranda pede para Andy contar a Emily que ela irá em seu lugar, situação que gera uma grande confusão e desentendimento entre as duas assistentes. Com tanta pressão sobre si, ela acaba explodindo e termina seu relacionamento com Nate.
Mas é nessa viagem que Andrea vive uma situação que a faz refletir e que mudará sua vida. Ao descobrir que Miranda está prestes a ser substituída no cargo de Editora- chefe da Runway, ela faz de tudo para avisa-la o mais rápido possível e se decepciona muito ao ver que a chefe já sabia de tudo e manipulou a situação a seu favor, prejudicando um amigo e grande profissional.
Depois de toda a situação, Andrea pergunta indignada para a chefe como ela foi capaz de fazer isso e diz que nunca faria algo assim. Miranda simplesmente a olha e diz: “Mas você já fez isso, com a Emily.” É nesse momento que ela cai em si e percebe tudo o que já fez, as pessoas e os princípios que deixou de lado em função desse emprego.
É ai que ela decide jogar tudo para o alto e correr atrás do que realmente importa e, dessa forma, surge uma outra oportunidade que era aquilo mesmo que ela estava buscando e para sua surpresa foi muito bem recomendada por sua antiga chefe, de quem agora lembra com carinho.
Em nossas vidas acontece da mesma forma. Ás vezes, investimos muito em algo que pensamos ser o melhor para nós, deixando de lado coisas muito mais importantes como família, amigos e princípios. Um emprego e a construção de uma carreira são, sim, algo que devemos buscar, mas nunca passar por cima de outras pessoas e coisas para obter êxito em algo.
Para nós, jovens que estamos prestes a dar de cara com o temido mercado de trabalho e queremos alcançar nosso espaço, essas questões devem ser muito bem observadas para que, no futuro, não sejamos profissionais frustrados e solitários, ou até mesmo um chefe impiedoso e que humilha seus funcionários como fazia Miranda. Você não precisa ser temido, você precisa ser respeitado. E acima de tudo, respeitar a si mesmo e os valores que carrega consigo.
Ainda não assistiu ao filme? Não deixe de assistir!
Já assistiu? Assista novamente!